Foto: Otávio Magalhães
É carnaval! E o reino de Momo abriu suas portas para outra majestade - a do Baião. E como toda festa tradicional no Brasil o Rei do Baião mergulhou nela para incorporá-lo em sua obra. Entre 1945 e 1950 e depois voltando nos anos 80, Luiz Gonzaga enveredou pelos ritmos carnavalescos embalando os foliões pelo país a fora.
Sua primeira gravação para a folia momesca se deu em 1945, na composição sua e de Miguel Lima chamada "Ovo Azul". Depois daí vieram outros grandes sucessos pro carnaval com marchinhas, frevos, sambas, maracatus, choros e até a guitarra elétrica baiana.
A partir de 1951, já coroado como o Rei do Baião, Gonzaga deixou um pouco de lado o carnaval na sua obra para se dedicar quase que integralmente ao baião, que estava no auge naquele período da era de ouro do rádio brasileiro. Em 1989, já no final de sua carreira, voltou a incluir em seu repertório músicas carnavalescas com o tradicional frevo de seu estado Pernambuco.
Durante o período de carnaval já foram feitas várias homenagens ao Rei do Baião - a primeira com a escola de samba carioca Unidos de Lucas com a presença do homenageado na Sapucaí (primeira foto da postagem). Transformou a vida e obra do sanfoneiro em samba-enredo, "Lua Viajante", e faturou o Estandarte de Ouro daquele ano.
Já em 2012 foi a vez da Unidos da Tijuca, também do Rio de Janeiro (foto acima), reverenciar o centenário do cantador de Exu e levar o título de campeã do carnaval com o samba-enredo "O dia em que toda a realeza desembarcou na avenida para coroar o rei Luiz do Sertão".
Finalmente em 2017 a obra de Luiz Gonzaga voltou à passarela do samba, mais precisamente em São Paulo com a escola Dragões da Real, agremiação fundada em 2000. O samba-enredo teve como tema a clássica "Asa Branca", toada de Gonzagão e de Humberto Teixeira composta em 1947 e que completava 70 anos de gravação.
Os blocos de rua pelo país também abrem espaço para o Rei do Baião no carnaval. Bons exemplos são os de Olinda, o tradicionalíssimo "Galo da Madrugada" de Recife com seus mais de 1 milhão de foliões e o "Baião de Rua" de Belo Horizonte (foto acima).
E a Bahia também foi palco pra sanfona de Luiz Gonzaga e Dominguinhos. A convite do cantor e compositor baiano Gereba, a dupla de sanfoneiros e D. Helena, esposa do Velho Lua, subiram no trio "Carnaforró" no circuito Avenida em pleno reduto do Axé Music no ano de 1986 e foram celebrados por uma multidão de pessoas extasiadas com as maiores vozes nordestinas da história musical. Foram 4 dias de muito carnaval ao som dos foles dos pernambucanos arretados.
No final desta postagem você poderá conferir este momento histórico do carnaval baiano.
Ou seja, se tem festa tradicional do Brasil tem que estar no repertório do Rei do Baião, pois como grande apreciador e divulgador da cultura nacional não poderia deixar de fora um período tão importante e que tanto identifica o nosso país mundo a fora como o carnaval.
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