Foto: Reprodução
O tempo passa muito rápido. Porém, por mais que os anos se passem não podemos jamais esquecer de quem foi importante em algum aspecto de nossas vidas - seja pessoal, profissional, cultural, etc. E neste último não há como deixar de lembrar do genial Gonzaguinha.
Neste exato dia 29 de abril, há 25 anos, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nos deixava de forma trágica numa estrada do Paraná após realizar show na cidade de Pato Branco.
Filho do Rei do Baião com a dançarina Odaléia Guedes, Luizinho (como era chamado pelo pai), perdeu sua mãe com apenas 2 anos de vida e viu Gonzagão obrigado a deixá-lo com os amigos Dina e Xavier Pinheiro (na foto abaixo de frente para Gonzaga) no Morro de São Carlos, pois não teria condições de conciliar os cuidados com a criança com suas apresentações pelo país. Não foi um pai muito presente, mas sempre ajudou financeiramente em tudo o que o "seu moleque" precisava.
Foto: Reprodução/Site LuizLuaGonzaga
Porém, a falta de Luiz Gonzaga sempre entristeceu Gonzaguinha, motivo pelo qual a relação entre ambos sempre foi muito conturbada até finalmente selarem a paz no final dos anos 70. Também tinha uma relação conflituosa com sua madrasta Helena. Tal fato só piorava sua convivência paterna. Estudou economia, formou-se e recebeu anel "de doutor", como era desejo de seu pai. Contudo, jamais exerceu o ofício, enveredando na música com muito sucesso para a nossa sorte.
Conviveu e fez amizade com diversos artistas e personalidades como Ivan Lins, Aldir Blanc e César Costa Filho. Compôs diversas obras primas nos anos 70, entretanto, várias delas foram censuradas pelo regime militar da época. Em 1975 dispensou o empresário e passou a tratar de suas apresentações de forma independente. Tal independência o fez criar o selo "Moleque" 11 anos mais tarde para suas gravações.
Gonzaguinha teve três casamentos que lhe deram quatro filhos - Daniel Gonzaga (músico), Fernanda, Amora Pêra e Mariana.
Imagem: Reprodução
O reencontro com o pai se deu na gravação do disco "Eu e meu pai" (capa na imagem acima), de 1979, principalmente na célebre "A vida de viajante". E sem dúvida foi na turnê de mesmo nome que ambos solidificaram de vez os laços familiares em 1981.
Já consagrado como gênio da música brasileira, Luiz Gonzaga Júnior seguia sua rotina de gravações e shows até que em 29 de abril de 1991, pouco mais de um ano após o falecimento de seu pai, um acidente trágico na estrada que liga as cidades paranaenses de Renascença e Marmeleiro calou a voz do moleque do Rei do Baião. O cantor viajava junto com seu amigos Renato Duarte e Aristide Pereira na volta de um show na cidade de Pato Branco/PR. Apenas o primeiro sobreviveu.
Gonzaguinha deixava pra posteridade composições magníficas como "Sangrando" (a minha preferida), "É", "Explode coração", "O que é, o que é", entre tantas outras. No vídeo abaixo com a música "Pense N'eu", cantada por pai e filho, fica nesta data saudosa a singela homenagem para este que foi - e ainda é - um dos maiores expoentes musicais da história do nosso país.
Pense N'eu - Gonzaguinha (1984)
"Pense n'eu quando em vez coração
Pense n'eu vez em quando
Onde estou, como estarei
Se sorrindo ou se chorando
Se sorrindo ou se chorando
Pense n'eu... vez em quando
Pense n'eu... vez em quando
Tou na estrada, Vou sorrindo apaixonado
Pela gente, pelo povo do meu país.
Oh, lê rê...
Tou feliz pois apesar do sofrimento
Vejo um mundo de alegria bem na raiz.
Vamos lá!
Alegria muita fé e esperança
Na aliança pra fazer tudo melhor,
E será!
Felicidade, o teu nome é união
E povo unido é beleza mais maior."
Link do vídeo: https://youtu.be/Q9n7oz0-yW0
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