Foto: Acervo de Egon Schaeffer/ Blog Histórias do Vale do Caí
Quem não conhece na família, entre os mais velhos, as histórias de como eram os namoros de antigamente? Em tempos que a libertinagem (que não tem nada de liberdade) povoa a humanidade atual, há algumas décadas ou séculos um relacionamento amoroso se fazia na imensa maioria das vezes sem o menor toque físico entre o casal.
Quem ainda possui um avô ou avó, tios mais velhos ou até mesmos seus próprios pais pode perguntar se eles mesmos não passavam por essa situação ou, se não, tinham conhecimento de outros parentes e amigos. Com meus avós foi assim. Da mesma forma como na foto acima o contato era simplesmente pelo olhar e com alguma barreira física entre os namorados: seja algum objeto ou por outras pessoas.
Sempre atento aos costumes do seu tempo, Luiz Gonzaga também contou um pouco desses casos em sua obra. Na música "Ou casa ou morre", o Rei do Baião canta o caso de uma moça que foi "cheirada" pelo filho do conhecido coronel Ludogero. O pai da jovem, então, ameaça de morte o rapaz e sua família caso o matrimônio não saia. Tudo isso numa composição hilária de Elias Soares gravada em 1967.
Era uma época muito diferente da que vivemos hoje, mas que nos gera ótimas recordações (a quem viveu esse tempo) e aflora a imaginação de quem não esteve presente a esse período tão recatado da nossa cultura.
Ou casa ou morre - Elias Soares (1967)
"Cumpadre Ludugero
O caso é muito sério
Seu fio Delotério
Deu um chêro em minha fía
Por esse atrevimento
Eu fiz juramento
Ou sai o casamento
Ou morre toda famía!
Já convidei o promotor e o juiz
O Vigário da Matriz
De Gravatá e de Bezerros
Tenente Juca, chefe do destacamento
Prá fazê o casamento
Ou assistir enterro.
Nessa famía a muié sé leva chêro
Do marido verdadeiro
Assim mermo ninguém vê
A minha fía num pode ficar chêrada
Pois ou ela sai casada
Ou muita gente vai morrer!"
Link do vídeo: https://youtu.be/8bkJFEmnJkk
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