Imagem: Bloguito
Infelizmente 2020 será um ano sem festas juninas como a gente conhece, em virtude da pandemia mundial de coronavírus. Algumas "lives" da festa serão realizadas para tentar amenizar a situação, mas nem de longe serão iguais à comemoração genuína, in loco, com forró da melhor qualidade, dança, quadrilha, comidas típicas e a tradicional fogueira.
E já que falamos de fogueira, conforme dissemos na postagem anterior, vamos falar de muitas tradições dos festejos juninos neste mês. Começando com este artefato que ilumina a alegria do público durante as festas.
O acendimento da fogueira tem origem numa lenda cristã que remonta ao nascimento de João Baptista, aquele mesmo que batizava as pessoas nas margens do Rio Jordão - inclusive Jesus. Diz a história que Isabel estava grávida de João e que sua prima Maria, a futura mãe de Cristo, pediu que fosse avisada quando estivesse prestes a acontecer o parto. Chegado o dia, Isabel acendeu uma grande fogueira no alto de um monte para que Maria pudesse avistar o sinal e saber do fato que estava prestes a acontecer - ela, inclusive, também estava grávida nesta época do filho de Deus.
Como Maria, Isabel também engravidou de forma inesperada. Não era mais virgem, pois era casada com o sacerdote Zacarias. Porém, afirmava estar infértil e tinha idade avançada quando teve o último filho.
E assim conta-se a história da tradição das fogueiras nas festas juninas em acompanhamento às festas de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Ao longo dos anos Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, transformou as festas juninas em um dos principais motes para sua obra. Foi, e ainda o é, o maior garoto-propaganda deste período, digamos assim. São muitas músicas gravas tendo como enredo tudo o que envolve o mês mais nordestino do país. E a fogueira, obviamente, não poderia ficar de fora de seu repertório.
Abaixo uma das tantas músicas em que Gonzagão enaltecia as tradições de junho - no caso citando a fogueira. Cantando em parceria com sua irmã Chiquinha Gonzaga a clássica marchinha junina "Fogueira de São João", de Gonzagão e Carmelina. E não esqueça: #FiqueEmCasa .
Fogueira de São João - Luiz Gonzaga/Carmelina (1962)
"Na fogueira de São João
Eu quero brincar
Quero soltar meu balão
E foguinhos queimar.
Seu Januário,
Venha ser o meu parceiro
Não esqueça da sanfona
Para animar o terreiro.
Traga a famía
Que nóis têm muito prazer
De dançar com suas fia
Até o dia amanhecer..."
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